"Me sinto um “nada”... um
verdadeiro “zero a esquerda”...
Não sei o que se passa La fora,
estou sendo excluído como se minha presença aqui nem existisse.
Tenho receio do que posso
encontrar ao atravessar essa porta... medo de ter a certeza de que estou sendo
ignorado... talvez de forma mais dolorosa que possa imaginar...
Aqui entre essas paredes negras,
imagino o quão inútil posso ser...ou já sou.
Me encontro de mãos atadas... ao
menos não consigo pensar em nada que possa fazer de ajuda...
Colocado de uma vez por todas no
esquecimento.
A tensão aumenta e o dia já nasce
La fora.
A porta continua intocada.
Nenhuma informação La “de
fora”... nenhuma preocupação com quem esta aqui dentro.
Repentinamente ouço risos.
O sinal que comprava o fardo da
solidão.
As vozes continuam...
Já são quase oito da manha.
A porta se abre afinal.
Propostas inúteis...
Como se fossem apagar atitudes
que machucaram.
Apesar de não ter ouvido com suas
próprias palavras...
Tudo indica que o que era suspeito
é fato.
Argumentos e artifícios são
usados.
Deixando ainda mais claro a ideia
equivocada sobre meu jeito.
A porta fechada novamente esta.
Mas sei que em pouco tempo outra
tentativa de me fazer cruza-l irão fazer.
Outras necessidades ganham força
sobre mim.
Tentarei por mais tempo persistir
e me controlar.
Como dito, outro tentou
persuadir.
Como um anjo mau que tenta
convencer a escolher seu caminho.
Ao menos por enquanto meus
sentimentos estão prevalecendo.
Resistindo a todas palavras doces
e caricias de perdão.
Enxergando através dessa
neblina...
E vendo assim que não passo de um
objeto.
Que não passo de um “complemento”
totalmente descartável e altamente substituível.
Dez da manhã.
Enfim o espírito tempestuoso se
dissipa da mesma forma que chegou.
Deixando seu rastro de abalados e
destroços.
Mas ainda persiste a (tola e
inocente) esperança de que tudo voltara ao normal."
R.Rocha
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